Já foi à tanto tempo, parece... aterrei em São Tomé para fazer voluntariado e tantas necessidades não respondidas. Tanto trabalho a fazer... mas sempre as mesmas dificuldades! O país anda a reboque dos financiamentos internacionais que por sua vez andam a reboque das modas internacionais e... as crianças? A sua formação? As mulheres? Os seus direitos? Onde andam? E as crianças abandonadas no hospital??? O sentimento ao entrar na maternidade, no hospital foi indiscritivel. As lágrimas saíam e eu não conseguia pará-las... e eu já tinha visto muita miséria, mas nada como 3 mães com os seus bebés por cama sem qualquer higiene ou crianças pequeninas, pequeninas abandonadas no hospital. Tenho de fazer alguma coisa! Estava decidido... ao longo do tempo fui conhecendo, andando pelos vários distritos do país, trabalhando com as crianças e suas famílias. Tive a oportunidade de passar 6 meses também no Príncipe onde pude constatar que não é só entre ilhas que existem diferenças, mas dentro da mesma ilha, de distrito para distrito de cidade para cidade e de Roça para Roça. São Tomé por ser uma miscegenação de culturas e povos sofre a desenraização o que o torna um país confuso e onde o urgente é trabalhar individualmente. A par com um grande amigo são-tomense, laço nascido desde os primeiros dias em solo africano, pudemos estudar e apercebermos-nos das reias necessidades e assim ao fim de quase três anos surgiu a ideia da TIA! E cá estamos... numa parceria luso-são-tomense queremos empenhar-nos para fazer a diferença. Ainda não temos dinheiro... no entanto muita, muita vontade e assim já temos meio caminho andado!!!
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